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PPGEMA promove roda de conversa “Plantando uma escola viva Potiguara”

publicado: 28/02/2025 19h06, última modificação: 28/02/2025 19h06
Pesquisadores e líderes indígenas debateram formas de revitalizar a tradição e promover práticas ecológicas sustentáveis

 

No dia 21 de fevereiro, o Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Monitoramento Ambiental (PPGEMA), do Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), realizou a terceira edição da roda de conversa "Plantando uma Escola Viva Potiguara". O evento ocorreu na Unidade Rio Tinto do Campus IV da UFPB e reuniu cientistas e líderes indígenas. Na oportunidade, foi possível registrar as presenças de Cristine Takuá, coordenadora do Movimento Escolas Vivas, Carlos Papá, membro da Escola Viva Guarani de São Paulo, Ana Dantes, co-fundadora do grupo "Selvagem – Ciclo de Estudos" e do Diretor do CCAE, Joseilme Gouveia, entre outras autoridades.

Promovido em parceria com Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o grupo "Selvagem – Ciclo de Estudos", o encontro discutiu a preservação da língua tupi-potiguara, o fortalecimento da cultura indígena e a relação entre biodiversidade e sustentabilidade. Durante as discussões, foi destacada a atuação do grupo Selvagem, fundado por Ana Dantes e Ailton Krenak, que promove o movimento "Escolas Vivas", voltado à revitalização de práticas tradicionais e transmissão de conhecimentos ancestrais.

 

O coordenador do PPGEMA, professor Rafael Raimundo, ressaltou a importância da revitalização da língua tupi-potiguara na região: "Aqui, no contexto da terra indígena Potiguara, há um movimento muito importante de revitalização da língua. Professores de tupi estão revertendo uma situação de extrema vulnerabilidade", afirmou.

O pesquisador Victor Felix, coorganizador do projeto, destacou que o território Potiguara já funciona como uma "escola viva", onde o conhecimento é transmitido cotidianamente por meio da sabedoria ancestral. Segundo ele, o diálogo iniciado no evento resultará na produção de materiais documentando as discussões e apontando novas ações.

Já o pesquisador potiguara Ezequiel Maria enfatizou a relevância do ensino estruturado do Tupi Potiguara, baseado na musicalidade, na interpretação de saberes ancestrais e no estudo da gramática. Ele também destacou que a iniciativa pode contribuir para a criação de materiais didáticos e para o intercâmbio com outros povos falantes de Tupi, fortalecendo a identidade Potiguara.

Outro ponto abordado foi a bioeconomia baseada na natureza, essencial para a sustentabilidade das comunidades indígenas. O professor Rafael alertou que práticas tradicionais como a produção de mel e o cultivo de mangaba estão ameaçadas pela expansão da monocultura.

Diante desse cenário, a UFPB se coloca como parceira na promoção de alternativas sustentáveis, envolvendo a comunidade acadêmica na preservação cultural e ambiental.

 

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 ASCOM/CCAE