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II Fórum de Cultura Indígena do Litoral Norte promove diálogos e atividades culturais
Mesa de abertura do II Fórum de Cultura Indígena do Litoral Norte
Nesta quarta-feira (2), o Centro de Ciências Aplicadas e Educação (CCAE) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) sediou a segunda edição do Fórum de Cultura Indígena do Litoral Norte, com o tema “Aldeando as Universidades: Nosso Território, Nossa Voz!”. O evento ampliou as atividades da edição anterior, incluindo, desta vez, a I Exposição de Arte Potiguara e o 1º Encontro de Pesquisadores/as Indígenas e Indigenistas do Litoral Norte (ENPILN).
O Fórum integra as mobilizações dos povos indígenas no simbólico mês de abril, promovendo maior interação entre a comunidade Potiguara e seus saberes ancestrais com o universo acadêmico. A organização foi do Centro Acadêmico de Administração (CAADM), com apoio da Coordenação de Administração, Assessoria de Extensão, Direção do Centro e da Subsecretaria da ADUFPB no Campus IV.
Durante a manhã, compuseram a mesa de abertura representantes da UFPB ao lado de pesquisadores e líderes indígenas e indigenistas:
- Cleiton Morais – estudante, presidente do CAADM e coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UFPB)
- Professora Kelly Emanuelly Oliveira – representante do Projeto Anama
- Laiane Potiguara – estudante de Antropologia e representante do Projeto PET Indígena
- Ana Luíza Freitas – estudante de Sistemas de Informação e representante do Portal Potiguara
- Professor Neto Potiguara – coordenador e representante da Organização de Jovens Indígenas da Paraíba (OJIP)
- Sandro Barbosa – Cacique-Geral do Povo Potiguara da Paraíba
- Cíntia Sinara – assistente social e representante da Pró-Reitoria de Assistência e Promoção ao Estudante (PRAE/UFPB)
- Professora Surama Ismael – assessora de Extensão do CCAE
- Ronaldo Potiguara – presidente do Movimento de Alunos Indígenas (AUP)
- Professor Joseilme Gouveia – diretor do CCAE
- Professora Bernardina Oliveira – pró-reitora de Extensão (ProEx) e representante da Reitoria da UFPB
Na ocasião, a pró-reitora Bernardina Oliveira parabenizou os envolvidos no Fórum e anunciou a tramitação de uma proposta de resolução no Conselho Universitário que visa ao reconhecimento oficial dos saberes tradicionais. “Estamos encaminhando para votação no Conselho Universitário uma resolução que reconhecerá a capacidade dos mestres da cultura popular e dos mestres de ofício, cujas práticas são artesanais e, em muitos casos, correm o risco de extinção. Assim, dentro dos critérios da resolução, os povos originários terão seus mestres reconhecidos e poderão, inclusive, ministrar disciplinas na UFPB”, explicou.
I Exposição de Arte Potiguara com grafismos do artista Marcus Paranã
Estudantes do PET Indígena Laiane Avelar (graduanda em Antropologia) e Denis Faustino (graduando em Ecologia) apresentando trabalho durante o 1º Encontro de Pesquisadores/as Indígenas e Indigenistas do Litoral Norte
Do desenvolvimento da identidade visual do evento às discussões sobre mudanças climáticas e seus impactos nos territórios indígenas, diversos temas evidenciaram como o saber científico e o saber tradicional se entrelaçam no Litoral Norte da Paraíba para produzir pesquisas de excelência. A banca avaliadora contou com os professores Pedro Lôbo (PPGE), Anderson Alves (DEMA), Rosemary Marinho (DE), Milena Veríssimo (PPGE), Liliane Monteiro (PPGE), Daniel Chacon (DCSA) e Saulo Maciel (DCSA).
O evento foi encerrado com a mesa de debate sobre o tema “Quais as Possíveis Formas de Aldear as Universidades?”, mediada por Ronaldo Potiguara e composta pelas lideranças Guida Potiguara (14ª Gerência Regional de Educação), Eva Potiguara (professora de Etno-história), Fred Karakará (integrante do PET Indígena) e Gessé Potiguara (professor de Arte e Cultura Indígena).
O II Fórum teve papel fundamental no fortalecimento da identidade indígena no ambiente acadêmico. Para Cleiton Morais, um dos organizadores, “o evento foi uma valiosa oportunidade para fortalecer a luta indigenista, promovendo o encontro entre saberes ancestrais e contemporâneos, evidenciando a riqueza cultural dos povos indígenas e destacando a necessidade de sua valorização nas universidades”.
Reforçando essa ideia, o diretor do CCAE, professor Joseilme Gouveia, destacou o evento como um marco no compromisso da UFPB com o reconhecimento, a valorização e a escuta ativa dos povos indígenas do Vale do Mamanguape. “Trata-se de um espaço de diálogo, respeito e construção coletiva, que fortalece os vínculos entre a universidade e as comunidades indígenas da região. Que este fórum nos inspire a seguir construindo, juntos, um futuro mais justo, plural e verdadeiramente comprometido com a diversidade cultural brasileira”, finalizou o professor.
Apresentação do Ritual do Toré Potiguara na abertura do II Fórum de Cultura Indígena do Litoral Norte
Texto: e fotos ASCOM/CCAE