Projeto da UFPB permite visita à cidade-fábrica de Rio Tinto com cartemas

Cartemas criados durante as atividades do Grupo de Estudos em História do Design e suas conexões (GEHD), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), estão sendo disponibilizados no Instagram, a fim de permitir visita à cidade-fábrica de Rio Tinto, no Litoral Norte da Paraíba.

O cartema é uma composição visual modular composta pela colagem de cartões postais idênticos e justapostos de modo a explorar efeitos ópticos ambíguos. A prática foi iniciada pelo designer recifense Aloísio Magalhães, em anos de pesquisa sobre a relação entre design e arte, na década de 70.

A divulgação dos trabalhos, inspirados em Rio Tinto e na fábrica da Companhia de Tecidos da cidade, é uma forma de prolongar as atividades presenciais do projeto, encerradas em dezembro, e, ao mesmo tempo, contribuir com a sociedade durante o isolamento social, explica a professora Luciene Lehmkuhl, coordenadora do grupo.

“Já foram publicados no Instagram 42 cartemas, 31 no feed e 11 nos stories da rede social, desde o dia 16 de abril, quando iniciamos esta nova etapa de posts interativos”, conta a professora.

Antes de atuar nas redes sociais, o grupo realizava visitas mediadas, com percursos a pé, para apresentar história, edificações e a fábrica da Companhia de Tecidos de Rio Tinto. Além disso, promovia atividades como desenho de observação, tecelagem e cartemas.

Se antes as fotografias eram de ícones da cidade, com o isolamento social, o grupo está estimulando as pessoas a produzirem cartemas com imagens registradas em casa, das ruas vazias, do cotidiano.

“Entendemos que os cartemas são uma forma do internauta visitar a cidade. Estamos bastante empenhados em manter o diálogo para agregar conhecimento, desenvolver o potencial criador e encontrar saídas para problemas do cotidiano”.

O desenvolvimento do potencial de criação, segundo Luciene Lehmkuhl, é o caminho que a arte e o próprio design buscam. “Design é encontrar soluções para problemas que existem no mundo. E este potencial de ser criativo todos nós temos, só que, em alguns, isso está esquecido, porque as pessoas usam pouco no dia a dia”.

Na produção dos cartemas, imagens fotográficas da cidade de Rio Tinto, em formato retangular, são copiadas em papel. As imagens são repetidas e cada conjunto é formado por 16 retângulos de 10 x 6,6 cm. Esses conjuntos são manipulados na tentativa de formar, com seus módulos, novas imagens e um novo conjunto. 

Para participar da iniciativa, basta postar o cartema no próprio perfil pessoal e marcar o do projeto ou enviar o trabalho por mensagem.

Além da professora, o grupo é formado por 14 estudantes do curso de Design, no campus IV da UFPB, localizado em Rio tinto. São eles: Laricia Ferreira; Ligia Emanuele; Maria Evelyn da Pessoa; Marianne Atanazio; Mateus Lira; Thayná Borges; Maria Viviane Silva; Samara Araújo da Silva; Jeferson Braz; Rodrigo Santos; Myrella Gico; e Francisca Salvador.

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Reportagem: Aline Lins | Edição: Pedro Paz
Ascom/UFPB